Às vezes tenho um pouco de medo quando um filme é ovacionado por todos os críticos de cinema. Fico com um pé atrás achando que o filme pode ser chato como outros que são valorizados exageradamente. Pois bem, dessa vez a unanimidade está certa. Esse filme iraniano vale a repercussão que está tendo.
Não foi à toa que este filme, aclamado nos festivais que passou, já recebeu o prêmio de melhor filme estrangeiro no Globo de Ouro e concorre no final deste mês ao Oscar nesta mesma categoria. E ainda mais, foi nomeado no mesmo Oscar para o prêmio de melhor roteiro original que, sem dúvida, é uma de suas virtudes.
Falando um pouco sobre a história, já na primeira cena, vemos o casal Nader e Simin discutindo o divórcio em frente a um juiz. A esposa Simin quer ir morar fora do país, para dar uma vida melhor à filha do casal, mas Nader não aceita, pois tem de cuidar de seu pai com Alzheimer. Simin sai de casa temporariamente e deixa o marido, a filha e seu sogro. Sem a esposa, Nader decide contratar uma cuidadora para ajudar seu pai. A separação do casal, na verdade, é o fato que dará início a uma série de complicações.
Independente dos problemas políticos do Irã e o relacionamento difícil de interesses sem fim com países vizinhos e os EUA, vale dizer que, acima de tudo, o filme trata sobre o ser humano comum, suas fraquezas, virtudes e suas decisões muitas vezes egoístas. E nas atitudes normais do homem, temos um dos principais diferenciais do filme, os personagens. Eles são muito bem escritos, verdadeiros, reais... Não existe o bem contra o mal. As atitudes de cada um, certas ou erradas, são aceitáveis. Todos, sem exceção, têm sua parcela de culpa e razão. E o curioso é que com o andamento da história, parece que a culpa ou razão de cada um pode se inverter.
O filme é essencialmente um drama, mas tem uma dinâmica tão impressionante que os acontecimentos vão quase se atropelando. Desde o início, você já se vê completamente envolvido com o desenrolar da história. O roteiro é muito bem amarrado, empolgante, sem clichês, sem falhas, pelo menos não achei nenhuma... Brilhante. Todo o elenco funciona bem com atuações convincentes. O destaque maior fica para a atuação do pai de Nader, o senhor com Alzheimer, que é fora do comum.
É uma realização inspirada e altamente recomendada, inclusive para aqueles que dificilmente dão chances para filmes de países com pouca ou nenhuma tradição no cinema. Ainda em circuito nos cinemas, tem potencial para agradar a maioria dos espectadores.
http://www.imdb.com/title/tt1832382/
Original?? Você já ouviu falar do filme dos anos 90 chamado: Nunca Sem Minha Filha (1991) com uma história quase idêntica.
ResponderExcluirOlá amigo! Já vi este outro filme há um bom tempo atrás e, sinceramente, vou discordar. Por mais que tenham a mesma localidade e giram em torno de uma casal e filha, pra mim, as propostas são bem diferentes. Nesse outro filme, o foco não está na mãe querendo fugir com a filha?
ResponderExcluir