Na maior parte, vou tentar comentar e indicar filmes que estejam um pouco fora do circuito comum, pra trazer algumas novas e diferentes opções. E como gosto de filmes antigos também, alguns vão aparecer.
Lógico que nem sempre as opiniões valerão para todos... cada um realmente tem gosto e interesse diferentes!
Vossos comentários e opiniões serão bem vindos!

Um forte abraço e um aperto de mão leve...

terça-feira, 10 de julho de 2012

CAFE DE FLORE - 2011

Pra começar, a trilha sonora é de primeira...


O diretor canadense do excelente C.R.A.Z.Y de 2005, Jean Marc-Vallé, acerta também com este Cafe de Flore. Apesar de ser um diretor com ainda pouca experiência, é possível perceber um estilo próprio quando comparamos estes dois filmes. Tem talento, sem dúvida, e está na minha lista para ser acompanhado em suas próximas realizações.

Novamente investe em uma história sobre relacionamentos familiares com personagens imperfeitos, onde desenvolve, com competência, uma narrativa não linear, obrigando a quem assiste muito mais atenção. Bom sinal, pelo menos para mim, principalmente porque esta estrutura de filmagem  faz o filme funcionar bem.

Na história, que parece um quebra-cabeça, existem três personagens principais em dois tempos diferentes: um bem-sucedido DJ e sua ex-esposa, no tempo atual, e uma mãe solteira com seu filho deficiente, no final dos anos 60. O DJ e sua ex-esposa vivem momentos diferentes. Ele feliz com um novo relacionamento, enquanto que ela enfrenta dificuldade para encarar a vida após a separação. Enquanto isso, também acompanhamos a mãe solteira e os problemas diários de seu filho com Sindrome de Dawn. Convém não procurar mais informações sobre a história para não estragar certas surpresas.

A forma como as cenas são apresentadas e a montagem são de gente que sabe o que faz. Não há cenas longas, praticamente apenas cenas curtas com cortes abruptos, e sem ordem com os personagens, mas se encaixam muito bem com o tempo. Requer uma concentração maior do espectador e talvez um pouco mais de paciência, mas mesmo que pareça confuso no início, sua narrativa não é difícil de acompanhar ou complexa. Os cortes rápidos parecem ser cuidadosamente calculados.

Além disso, como acontece em C.R.A.Z.Y, que tem uma trilha sonora anos 70 de bom gosto com Pink Floyd, David Bowie e outros, o som psicodélico retorna neste filme também, principalmente quando ouvimos logo no início a Breath do Pink Floyd, que chega a arrepiar... Confesso que esta preferência musical do diretor, me faz dar muitos pontos a favor para o filme, é claro! E talvez uma boa sacada dele seja mesmo esta boa escolha musical, mas o que torna engenhoso de sua parte é a conexão que faz da trilha sonora com os personagens.


Enfim, não tenho ideia se será ou quando será lançado no Brasil. Também não duvido que saia nos cinemas este ano mesmo, mas provavelmente demore um pouco. Quem tiver interesse pela ideia do filme e não quiser esperar muito, na internet está bem fácil de achar. E vale indicar o filme anterior deste mesmo diretor também, C.R.A.Z.Y, que não escrevi aqui no blog, mas vale a pena. Ambos de alto nível.

http://www.imdb.com/title/tt1550312/