MATAR OU MORRER - 1952

Para os apreciadores de um bom e velho faroeste, esse não tem erro!

De volta aos clássicos! Revi ontem este que é um dos grandes clássicos do faroeste, ou, western se preferir. Na sua época, ganhou algumas estatuetas do Oscar e teve indicação para melhor filme, mas, não levou. É um filme realmente especial. Quem não teve a oportunidade de assistir e gosta de filmes antigos, esse é obrigatório! Não à toa é considerado um dos maiores filmes de western já realizado.

O nome original (nada a ver com Matar ou Morrer) é High Noon que traduzindo significa meio-dia. Este é o horário do trem que trará de volta o maior inimigo do xerife de uma cidadezinha pacata do Velho Oeste... sim, uma cidadezinha pacata do Velho Oeste! Isso é clássico!

Na história, o xerife Kane, que acabara de se casar, recebe a notícia de que este velho inimigo estará de volta a cidade, após anos de prisão, no trem do meio-dia. E, se não bastasse o vilão, 3 de seus também famosos aliados estarão na cidade. O xerife deve então se preparar para este confronto iminente, até porque já sabe que eles buscam vingança e ele será o alvo. Então, sai a procura de moradores que estejam dispostos a ajudá-lo neste confronto, porém, a tarefa não será fácil. Os vilões são vilões mesmo, daqueles que impõem medo em quase todos os habitantes da cidade.

Rodado em P&B e praticamente em tempo real, o filme mostra a última hora que precede o ataque destes inimigos. E isso gera uma tensão que, gradativamente, vai se tornando ainda maior enquanto se aproxima o horário do encontro final.

O faroeste que tinha nos anos 50 e 60 sua época de ouro, tem nesse filme um dos melhores que já vi do gênero. E rever um grande clássico é sempre uma boa opção.

http://www.imdb.com/title/tt0044706/

ENTER THE VOID - 2010

Não é um soco, é um coice no estômago!

Quem quiser embarcar na ideia de assistir esse filme, é bom se preparar para uma estranha e, até, desconfortável experiência . É possível que depois do filme você sinta um certo alívio... ou até desista antes do final. É forte, polêmico, perturbador, lento e excessivo, mas, tem grandes méritos.

O diretor de Enter The Void chama-se Gaspar Nóe que, mesmo que você perceba seu talento, é bem possível que, depois do filme, passe pela sua cabeça que ele tenha sérios problemas psicológicos! Todos seus filmes são polêmicos e controversos, como os filmes Irreversível e I Stand Alone, porém, desta vez, ele superou em esquisitice estes outros trabalhos, sem medo de chocar ainda mais o público. Elementos que já usou e misturou em seus outros filmes como, sexo, drogas, aborto e incesto, desta vez, exagera ainda mais.

Esta viagem cinematográfica se passa em Tóquio com o protagonista Oscar, um jovem traficante que adora experimentar drogas novas e pesadas. Ele tem dois amigos, também drogados, e sua irmã, uma stripper. Assim que são introduzidos os personagens no início, suas vidas que, aparentemente, estão sob controle, mudarão após uma tragédia. E esta tragédia será a base para o desenvolvimento da história, que está relacionada com um livro budista sobre a vida após a morte.

Falar mais sobre a história pode estragar as surpresas que ocorrerão no filme. E já no início, vemos sua inovação... o filme é realizado em primeira pessoa, não na narração, mas, na filmagem. Vemos o filme pelos olhos do protagonista. E é tão bem feito que a câmera até pisca e sua voz é abafada, exatamente como ouvimos nossa voz internamente

O diretor não se importa em exceder nas cenas pesadas e em deixar o público bem desconfortável. E aí fica a pergunta, porquê ver um filme como esse? Em toda essa loucura do diretor, é inegável perceber a sua genialidade. A câmera que representa Oscar e todos seus movimentos é de impressionar, além do visual que também está entre os pontos altos. E, certamente, as questões propostas poderão gerar boas discussões após o filme.

Difícil indicar um filme como esse, seria como indicar o Anticristo do Lars Von Trier. Tem que ter estômago forte pra assistir e apreciar o que há além dos excessos.

http://www.imdb.com/title/tt1191111

A REDE SOCIAL - 2010

E não é que o Facebook deu um grande filme!

Vou começar escrevendo 3 motivos para levá-lo a assistir A Rede Social nos cinemas. Primeiro, o diretor David Fincher, um dos melhores da safra nova que, entre ótimos filmes, realizou o espetacular Clube da Luta. Segundo, a atuação de todos atores envolvidos, desde os gêmeos populares de Harvard, até o criador do Napster, o cantor e surpreendente ator Justin Timberlake. E em terceiro, a resposta para a pergunta... como um nerd tão anti-social conseguiu criar a maior rede social do planeta?
Criei uma certa expectativa para ver esse filme, principalmente pelas pessoas envolvidas na realização e pelos elogios que vem recebendo mundo afora... e criar expectativa, muitas vezes, mais atrapalha do que ajuda. Mas, felizmente, desta vez valeu porque o filme é realmente muito bom!
Como a maioria já sabe, o filme gira em torno da criação do Facebook e as consequências de ter se tornado um negócio de inúmeros bilhões! O criador chama-se Mark, um aluno da universidade de Harvard que, apoiado por seus colegas de quarto e supostamente inspirado por uma ideia de 3 outros estudantes, desenvolveu o Facebook, em princípio, para os estudantes de sua universidade. Só que, rapidamente, a inovadora rede social se torna uma febre na universidade e este gênio nerd, com auxílio de seus amigos, percebe o grande negócio que tem em mãos. Entre diversas situações e complicações que aparecem, surge o personagem de Justin Timberlake, que divide as atenções na história e torna-se, rapidamente, um ídolo para Mark e quem ele gostaria de ser... um nerd bem-sucedido, descolado e popular!
Como em o Clube da Luta, os diálogos são rápidos e às vezes até difíceis de acompanhar, talvez seja uma forma de apresentar, para quem assiste, como os pensamentos e idéias geniais de Mark surgem a todo momento sem que ele mesmo consiga controlar. A primeira cena com sua namorada, quando Mark demonstra toda sua inabilidade em relacionamentos e coloca em discussão diversos assuntos ao mesmo tempo, é um grande exemplo disso.
No mais, o filme não decepciona desde o início até o ótimo desfecho. Se puder, vá ver nos cinemas porque é daqueles raros filmes com sucesso de público e crítica!
http://www.imdb.com/title/tt1285016

ANIMAL KINGDOM - 2010

Drama sobre drogas, crimes, caça e caçador.

Assisti recentemente este filme australiano que vem gerando uma certa repercussão lá fora. A propósito, não tenho a mínima ideia se será lançado nos cinemas aqui em breve ou se irá direto para DVD.
O filme é bom e tem grandes méritos. Tem diretor e atores desconhecidos do público em geral, pelo menos para mim, a não ser pela presença do Guy Pearce, mais conhecido pelo Amnésia.
A história, baseada em fatos reais, tem como base um garoto adolescente que vê sua mãe morrer de overdose. Sem rumo, vai morar com sua avó e seus 3 tios... uma família de drogados e criminosos. O que acontece é que, se com a mãe estava ruim, com eles será bem pior. Ele começa a vivenciar o mundo do crime bem próximo, enquanto gera desconfiança por parte de todos eles. Entra então em cena o policial, interpretado pelo Guy Pearce, esperando o momento certo para prender todos eles. Só que, no garoto, ele consegue enxergar alguma salvação.
Mais um filme que explora estes relacionamentos familiares difíceis, mas, explora bem. O impressionante realismo, junto com as grandes atuações, são os pontos altos. E quem rouba a cena é a avó do garoto. Superprotetora dos filhos, não mede esforços para protegê-los em qualquer circunstância e a qualquer preço. É um filme forte e provocativo que provavelmente não deve ser indicado para todos. Até o nome do filme já causa um certo impacto!
http://www.imdb.com/title/tt1313092/