Compulsão sexual tratada com o peso do problema.
Estreou nos cinemas, neste último final de
semana, este que é o segundo longa-metragem do diretor Steve McQueen, que já
havia impressionado com seu primeiro filme Hunger (importante
não confundir o diretor com o antigo astro, já falecido, de Sete Homens
e um Destino e Papillon). Após Hunger,
que conta a história de um prisioneiro que lidera uma greve de fome, este novo
diretor volta com um assunto ainda mais polêmico em Shame.
Novamente contando com o mesmo ator, um dos principais do momento, o diretor
faz um filme melhor e mais contundente.
O ator principal, Michael Fassbender, vem mesmo marcando muito bem sua presença no cenário do cinema atual. Só neste último ano, apareceu em três filmes de impacto. O blockbuster X-Men First Class, o último do diretor Cronenberg chamado Um Método Perigoso, que ainda passará nos cinemas brasileiros, e neste Shame que talvez tenha sido a interpretação que mais chamou a atenção dos críticos... Foi um dos indicados ao prêmio de ator principal no Globo de Ouro por esta atuação.
Na história deste filme, Brandon (Fassbender) é um homem que tenta conviver com seu vício sexual em uma grande metrópole, Nova York. Seu desafio na vida é administrar o vício com o dia a dia de seu trabalho, até que sua irmã aparece em seu apartamento para ficar por alguns dias. A partir daí, sua rotina muda e Brandon tem que adaptar sua vida a esta nova realidade provisória.
A compulsão sexual, tratada por muitos como algo pouco relevante e até como piada, aqui é inserido como um problema social grave. A primeira cena do filme, com Brandon parado em sua cama por alguns segundos sem se mover e sem piscar os olhos, tem a clara intenção de apresentar um personagem atormentado. A vida sociável bem conduzida e sua aparente independência, na verdade, escondem uma pessoa solitária e arrependida pelos hábitos que não consegue mudar.
Perturbador e reflexivo de forma equilibrada, Shame está recheado de cenas de sexo e nudez, mas não de forma erótica ou sensual. O vício de Brandon chega a ser desesperador em certos momentos. E além da preocupação de ambientar o espectador neste mundo obscuro do personagem, outra qualidade do filme é expor o problema sem a intenção de resolvê-lo, o que deixa a história mais verdadeira e compreensível.
“Action counts, not words”. Curiosamente é uma frase que faz parte dos diálogos de Brandon com sua irmã e transmite uma das mensagens do diretor... Um filme de poucas palavras e mais ação. O clima intenso se deve muito às cenas com tomadas longas e sem cortes. Só para ter uma ideia, é possível perceber a mistura de desejo e angústia do personagem principal através de diversos closes sem diálogos, apenas trocas de olhares.
Enfim, fica a dica para procurar este drama polêmico e convincente nos cinemas, pois está em exibição em diversas salas e vale a pena conferir o quanto antes. Recomendado.
http://www.imdb.com/title/tt1723811
O ator principal, Michael Fassbender, vem mesmo marcando muito bem sua presença no cenário do cinema atual. Só neste último ano, apareceu em três filmes de impacto. O blockbuster X-Men First Class, o último do diretor Cronenberg chamado Um Método Perigoso, que ainda passará nos cinemas brasileiros, e neste Shame que talvez tenha sido a interpretação que mais chamou a atenção dos críticos... Foi um dos indicados ao prêmio de ator principal no Globo de Ouro por esta atuação.
Na história deste filme, Brandon (Fassbender) é um homem que tenta conviver com seu vício sexual em uma grande metrópole, Nova York. Seu desafio na vida é administrar o vício com o dia a dia de seu trabalho, até que sua irmã aparece em seu apartamento para ficar por alguns dias. A partir daí, sua rotina muda e Brandon tem que adaptar sua vida a esta nova realidade provisória.
A compulsão sexual, tratada por muitos como algo pouco relevante e até como piada, aqui é inserido como um problema social grave. A primeira cena do filme, com Brandon parado em sua cama por alguns segundos sem se mover e sem piscar os olhos, tem a clara intenção de apresentar um personagem atormentado. A vida sociável bem conduzida e sua aparente independência, na verdade, escondem uma pessoa solitária e arrependida pelos hábitos que não consegue mudar.
Perturbador e reflexivo de forma equilibrada, Shame está recheado de cenas de sexo e nudez, mas não de forma erótica ou sensual. O vício de Brandon chega a ser desesperador em certos momentos. E além da preocupação de ambientar o espectador neste mundo obscuro do personagem, outra qualidade do filme é expor o problema sem a intenção de resolvê-lo, o que deixa a história mais verdadeira e compreensível.
“Action counts, not words”. Curiosamente é uma frase que faz parte dos diálogos de Brandon com sua irmã e transmite uma das mensagens do diretor... Um filme de poucas palavras e mais ação. O clima intenso se deve muito às cenas com tomadas longas e sem cortes. Só para ter uma ideia, é possível perceber a mistura de desejo e angústia do personagem principal através de diversos closes sem diálogos, apenas trocas de olhares.
Enfim, fica a dica para procurar este drama polêmico e convincente nos cinemas, pois está em exibição em diversas salas e vale a pena conferir o quanto antes. Recomendado.
http://www.imdb.com/title/tt1723811
Acho que o diretor perdeu um pouco tom em algumas partes e o drama do personagem principal poderia ter sido retratado de forma menos 'animalesca'. O filme é puramente sexual e não acho que vá agradar muita gente, pelo menos foi o que deu pra sentir na sala de cinema onde assisti. Mas a cena em que a irmã dele canta 'New York, New York' é linda mesmo, super recomendo essa parte também.
ResponderExcluirOlá amigo ou amiga! Achei ótimo seu comentário e, como você disse, certamente não é um filme que irá agradar à todos, mas acho isso um bom sinal. Não é um assunto comum e tem mesmo que dividir opiniões. Pelo menos não se torna um mero passatempo e estimula as pessoas a pensar e discutir... Gostando ou não. Abs
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