Na maior parte, vou tentar comentar e indicar filmes que estejam um pouco fora do circuito comum, pra trazer algumas novas e diferentes opções. E como gosto de filmes antigos também, alguns vão aparecer.
Lógico que nem sempre as opiniões valerão para todos... cada um realmente tem gosto e interesse diferentes!
Vossos comentários e opiniões serão bem vindos!

Um forte abraço e um aperto de mão leve...

terça-feira, 13 de novembro de 2012

ARGO - 2012

Suspense/Espionagem para agradar todos, sem exceção.


Poucos associam Ben Affleck aos bastidores do cinema, até pelos inúmeros filmes blockbusters em que esteve presente como ator. Para citar alguns, de cabeça lembro Armageddon, Pearl Harbor, Demolidor, A Soma de Todos os Medos, entre outros. Sem dúvida, grandes produções para grandes públicos, mas nada muito especial ou marcante. Porém, após sua co-autoria junto à Matt Damon em Genio Indomável, que rendeu para eles o Oscar de Melhor Roteiro, foi um pulo para chegar na direção. E como diretor, Ben Affleck está ficando ainda melhor.

Em seu primeiro filme como diretor, Medo da Verdade, já havia mostrado talento, mas agora com Argo, seu potencial foi além. O filme é quase impecável e capaz de entreter ao mesmo tempo em que se aprofunda em seus temas. Potencialmente é um filme para agradar a todos os públicos, sem exceção. Do mais exigente ao menos, pode acreditar.

A história, baseada em fatos reais, se passa no fim dos anos 70 e tem como pano de fundo a invasão dos iranianos na embaixada americana de seu país. Um grupo grande de revolucionários, revoltados com o governo americano, invadem e mantém como reféns os funcionários da embaixada, menos seis pessoas que conseguem escapar e se esconder na embaixada canadense. Em momento político muito delicado entre os EUA e o Irã, a CIA, através do agente Tony Mendez (Ben Affleck), bola um plano de resgate destes seis americanos, completamente diferente e questionável. Este plano envolve uma produção hollywoodiana de um falso filme de ficção científica chamado Argo com locações no Irã. Essa é a saída para entrar no Irã e cumprir a missão.

Com inúmeros pontos fortes, o filme tem alguns bem evidentes. A ambientação e fotografia do final dos anos 70 impressiona bastante, inclusive com a caracterização dos personagens que se aproximam bem aos verdadeiros, visto na comparação nos créditos finais. O estilo retrô é perfeito.

O roteiro é inteligente e bem cuidado. A dramatização do fato real, que pode ser além da conta em alguns momentos, conta a favor também. Não me lembro de ter ficado tão tenso com uma cena de apresentação de passaportes e vistos, em um aeroporto, como fiquei neste filme. E não somente neste momento, a tensão toma conta de 90% da história.


E independente de nossa expectativa e até torcida pelo resgate dos americanos, a história não defende um dos lados ou mostra quem está certo e quem está errado, mas tem o cuidado de expor as atitudes extremas e a causa, visto na própria introdução do filme. E ainda de quebra, o diretor satiriza a indústria do cinema, principalmente Hollywood, ironicamente em boas doses. Além do filme ser essencialmente um suspense político de espionagem, tem boas piadas também.

Enfim, Argo teve estréia nos cinemas neste último final de semana e vale a procura, não só como uma boa apresentação  de um fato histórico, mesmo que dramatizado, mas também como entretenimento dos bons. Há rumores de que será lembrado para o próximo Oscar. Eu apostaria em uma indicação para direção de arte, pelo menos. Recomendado.


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