Após um período fazendo cinema mais direcionado
para o público geral, sem deixar de trazer alguns momentos que definem seu
estilo, eis que Cronenberg retoma seu lado perturbador e polêmico, e que o
fez ser tão cultuado como é, nesta sua última realização chamada Cosmópolis.
Não que seus últimos trabalhos tenham sido ruins, pelo contrário, Um Método
Perigoso, Senhores do Crime e Marcas da Violência são ótimos filmes e de altíssimo
nível, porém seus mais fiéis seguidores certamente contavam com seu retorno, em algum momento, as
suas raízes na linha de Gêmeos, A Mosca, Videodrome e Scanners.
Pois é, o velho Cronenberg está mais próximo de suas raízes em Cosmópolis. Longe de ser bizarro como nos trabalhos mais antigos citados, o diretor retorna, neste novo longa, aos
personagens enigmáticos e situações nada convencionais.
Assim acompanhamos, desde o início da história, o ator
principal do filme, Robert Pattinson, o conhecido vampiro boa praça da série Crepúsculo. Ele é Eric Packer e representa um típico homem de negócios do mundo
atual, jovem, bilionário e excêntrico. Entende o mundo das ações como poucos e
utiliza sua inteligência em benefício próprio.
A aventura desse anti-herói inicia com sua vontade de cortar o cabelo.
Como é uma pessoa visada, atravessar alguns blocos para realizar esta tarefa, mesmo
que de carro, requer muita atenção de seu “staff” para garantir sua segurança. Percorre
o caminho em sua limusine, ao mesmo tempo em que encontra diferentes
personagens de sua vida profissional e pessoal.
Cosmópolis é um prato cheio para os fãs de Cronenberg. Não traz personagens
tão complexos, mas os perturbados e problemáticos, que sempre
apreciou, estão aqui. E não de graça. Há um tom geral de superficialidade que certamente reproduz o mundo social do business man moderno. Claro que de um jeito bem característico do diretor.
O filme é conduzido, na maior parte, dentro da limusine de Eric, onde ele passa por situações inusitadas, como por exemplo, um exame de próstata que faz ali dentro mesmo. Os diálogos são, quase todos, surreais, como se a intenção do diretor fosse transformar o mundo financeiro de Eric em algo inverossímil ou em um sonho. David Lynch assinaria embaixo. E a presença curta, mas marcante de coadjuvantes de peso como Juliete Binoche e Paul Giamatti, também ajudam bastante no resultado final.
O filme é conduzido, na maior parte, dentro da limusine de Eric, onde ele passa por situações inusitadas, como por exemplo, um exame de próstata que faz ali dentro mesmo. Os diálogos são, quase todos, surreais, como se a intenção do diretor fosse transformar o mundo financeiro de Eric em algo inverossímil ou em um sonho. David Lynch assinaria embaixo. E a presença curta, mas marcante de coadjuvantes de peso como Juliete Binoche e Paul Giamatti, também ajudam bastante no resultado final.
O filme é um desafio completo. Um desafio para o diretor,
que tenta retomar seu lado mais obscuro, outro desafio para o público que tem
de aceitar, apreciar e entender suas ideias, e um desafio ainda maior
para o ator principal, que tenta fazer o público esquecer a sua referência de rapaz
romântico e bonzinho para ser um personagem detestável. E ele consegue.
Agora, pra finalizar, vale dizer que este filme não foi bem recebido pela crítica em geral e pelo público. Não me importo e o recomendo, mesmo não o colocando entre as
melhores obras do diretor. Está ainda nos cinemas e para aqueles que quiserem encarar o desafio, fica aí a dica.
odiei esse filme =x
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